terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ousadia



OUSADIA


Ouso sentir
a brisa em meus cabelos
nos fins das tardes
tranquilas e indolentes.


Ouso parar
e não fazer coisa alguma
e deixar que o tempo passe
sem temer perdê-lo
por razões absurdas.


Ouso silenciar
e embriagar-me de coisas ínfimas
e transformá-las em histórias
fantásticas e impossíveis.


Ouso sorrir
o riso terno, infantil,
e sem motivo.


Ouso chorar
e me entristecer eventualmente
ao sentir a dor necessária.


Ouso indignar-me
com a miséria triste
que devora o homem.


Ouso o prazer
de pisar meus pés à terra
e sentir minha respiração pulsar
e encher-me de plena vida.


Ouso celebrar
o encantamento da poesia
dos pássaros a dançarem
os finais das tardes.


Ouso ter fé
e crer no amor
e na humana capacidade
de descobrir o divino
dentro de nós.


Ouso seguir em frente
tendo como única direção
o infinito.


Ouso amar
placidamente
a toda sublime existência
e seguir desnudo
de corpo e alma.


Ouso, sim, viver,
sobretudo.


Por: Gustavo Figueiredo


O Gustavo é meu colega de pós, ele escreveu essa poesia depois de um fim de semana de workshop que mexeu muito conosco. É interessante analisar o conteúdo e pensarmos como estamos vivendo nossa vida, que essas coisas que na poesia foi tratada como 'ousadia', deveriam ser as coisas mais normais para nós, mas devido ao ritmo de vida que o mundo nos impõem, acabamos perdendo o contato com a vida e com nós mesmos. Assumimos o personagem que a sociedade deseja, fazemos faculdade, pós, inglês, espanhol, malhamos, usamos roupa da moda, permanecemos no emprego, somos bons filhos, pais exemplares, colegas educado, freqüentamos lugares badalados, enchemos nosso dia de atividades... não podemos perder tempo! Mas quando vamos viver? Entrarmos em contato com nós mesmo e percebemos como nos sentimos e o que queremos? A nos permitirmos, ou como disse a poesia, 'ousarmos', apreciar as coisa belas da vida e seguirmos nossos sentimentos? Quando as pessoas vão entender que SER é mais importante que ter?  E que estamos nessa vida para SERMOS FELIZES e não apenas termos felicidade?


Abraços!

Diogo Oliveira

Eu comigo mesmo

Se o conteúdo da postagem 'Ousadia' fez sentido para você, leia este texto, ele é um pouco longo, mas com muito conteúdo e nos faz refletirmos muito sobre nós mesmos. E se quiser ir um pouco além, imprima ele e conforme for lendo, marque ao lado de cada trecho: 1 - este sou eu; 2 - isso eu preciso trabalhar, e mãos a obra!

Abraços!

Diogo Oliveira


EU COMIGO MESMO


Amar o que eu sou
Todo indivisível que constitui o ser
e o acontecer do meu corpo
no espaço e no tempo.


Amar as coisas que eu estou fazendo
e o modo como eu as faço.


Amar as minhas limitações,
como amo as minhas possibilidades
e nos meus acertos e erros
amar o meu projeto que vai se transformando em obra
no trabalho da construção de mim mesmo.


Amar-me como eu estou aqui e agora.


Vivendo a vida simplesmente, naturalmente
com o ar que eu respiro o chão que eu piso
as estrelas que eu sonho,


Às vezes gostar de mim é um desafio
uma prova de fogo que releva se eu realmente me amo
ou apenas finjo amar-me.


Gostar de mim na perda
quando a vida me fechar uma porta
sem nenhum aviso ou explicação.


Gostar de mim quando me comparo com os outros,
quando me avalio pelos padrões estabelecidos
de sucesso, beleza, inteligência, poder,
deixando de amar o que sou
em nome daquilo que me falta
ou daquilo que me sobra
em relação ao meu semelhante.


Gostar de mim quando erro
quando fracasso
quando não dou conta
quando não faço bem feito
e ainda encontro quem me critique
ou zombe de mim por eu ter sido
apenas o que sou:
- limitado, vulnerável, imperfeito, humano.


Gostar de mim no fundo do poço,
cabeça a mil,
coração a zero,
e ainda assim ser capaz de ouvir e de respeitar
as referências do meu próprio corpo
como um amigo fiel, atento e carinhoso.


Estar comigo e me fazer companhia
quando mais ninguém parece estar disposto
a me escolher e me aceitar.


Estar do meu lado,
ainda que tudo e todos permaneçam contra mim.
Minha vida me pertence de fato e de direito
e posso me dispor dela da maneira que eu bem entender.
Se a minha escolha não for semelhante à sua
não posso me entristecer
nem devo me sentir infeliz por não receber o seu aplauso:
- eu sou eu e você é você.


Amar-me é descobrir
que eu sou eu
e ou outro é o outro.


Não é preciso que eu me justifique com você a todo momento buscando a sua aprovação para o que eu faço
e para o modo como eu estou fazendo:
- Amar é reconhecer e aceitar as nossas diferenças
e me amar é dar-me o direito de ser diferente
ainda que às vezes isso represente ser rejeitado por você.


Amar é dar a mim o que é meu
para dar a você o que é seu.


Amar-me é responder presente
à chamada do presente.
Estar presente é estar inteiro
e estar inteiro é estar consciente
das partes nem sempre lógicas e coerentes
que constituem o meu ser aqui e agora.


Estar presente é respirar.


Perder o fôlego é fatal;
- morro para a vida agora
em nome de alguma coisa
que eu penso estar me faltando
que eu penso que me faltará.


Presente é
o presente que a vida me dá
a todo momento.
- Devo recusar?


Meu passado é uma gaiola de ferro.
Meu futuro é uma gaiola de vento.
Uma me prende por ser tão certa e definitiva
outra, por ser tão vaga e absurda.


Meu trilema:
querer
poder
e dever.


Às vezes quero, mas não posso
Às vezes posso, mas não devo
Às vezes devo, mas não quero.


Gostar de mim
é fazer aquilo que eu posso
para alcançar aquilo que eu quero.


Gostar de mim
é não usar aquilo que eu devo
como desculpa para coisas que eu realmente não posso.


Só no presente eu posso voar.


A vida é a síntese
de todos os opostos
que continuam a vida:
- nascimento e morte
alegria e tristeza
sucesso e fracasso
acerto e erro
alto e baixo
bom e mau
prazer e dor.


Experimento o verdadeiro auto-amor
quando descubro,
sob o véu dos meus conflitos
a maravilhosa harmonia que existe entre todos os opostos.


Conheço os sintomas de minha depressão:
- Penso nas coisas desagradáveis
que estão correndo à minha volta;
- penso nos aborrecimentos
que estas coisas estão me trazendo;
- penso em como estou impotente
para mudar o curso dos acontecimentos;
- penso que eu sou mesmo um pobre coitado,
vitima das circunstâncias...


Penso. É o bastante.


Gostar de mim
é ser capaz de me sentir
antes de me pensar.


Gostar de mim
é mergulhar na dor que me chega
as invés de evita-la a todo custo.


Amar a mim mesmo
é algo muito diferente
de ser egoísta.


Só alguém que não se ama
alguém que despreza o tesouro
que possui no seu interior
é capaz de tornar-se egoísta.


Buscando possuir sempre mais
julgando-se o maior e o melhor em tudo
tentando ser o centro de todas as atenções
o egoísta, no fundo, deseja apenas
ser reconhecido por todos
como a pessoa mais importante do mundo.


Alguém só se torna egoísta
quando não se sente importante para si mesmo
quando não consegue se amar.
Quando eu sou a pessoa mais importante do mundo para
mim mesmo, entre o eu e eu acontece o verdadeiro amor, o
amor que tanto me falta quando eu me rejeito e me
desprezo em nome de ser a pessoa mais importante do
mundo para os outros.


O que sinto, o que faço
de onde vim, para onde vou
é no outro que eu traço
o perfil do que eu sou.


O que vejo no outro
é a minha própria imagem refletida.


(É inútil eu querer me enganar:
- só vejo uma espinha no espelho
se no meu rosto tiver mesmo uma espinha...)


Quando eu compreender o que se passa comigo
posso compreender o que se passa com o outro.


O outro deixa de ser um enigma
quando eu compreendo a enigma que eu sou.


Eu me relaciono com as outras pessoas
do mesmo modo como eu me relaciono comigo.
Se eu me amo, não sei te odiar
Se eu me odeio, não sei te amar
Se eu me desprezo, não sei te respeitar
Se eu me respeito, não sei te desprezar
Como eu te aceito, se eu me rejeito?
Como eu te rejeitar, se eu me aceito?
Celebro o amor a mim mesmo
o nascimento do amor pelo meu próximo.


Observo o meu ritmo
a maneira pela qual eu existo
e funciono como pessoa.
- Sou um processo em permanente transformação.


(Todas as vezes que eu saio do meu ritmo eu danço...)


Trata-se da minha vida,
da única coisa que eu sou e possuo neste mundo.
Posso fazer dela o que eu quiser:
- viver do meu modo, segundo o meu ritmo,
correndo o risco de desagradar umas tantas pessoas,
ou submeter-me à vontade dos outros
correndo risco de sentir-me traído e abandonado
em relação a mim mesmo.


Posso me decidir por mim
ou me decidir pelos outros.


Mas qualquer que seja a minha escolha
terei de carregar sozinho o peso da minha decisão.


Para lhe dizer eu te amo
devo aprender a me dizer eu me amo.


Do contrário meu amor por você
é apenas uma desculpa
um artifício para conservá-lo
na minha coleção particular de objetos úteis.


Antes de você existe
EU,
sem que isso signifique presunção da minha parte
ou menosprezo pelas sua pessoa.


E embora eu me sinta muito feliz com sua presença,
antes de estar com você, estou
COMIGO,
não lá, num lugar imaginário de encontro, mas
AQUI
AGORA.


Por: Geraldo Eustáquio de Souza

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Roda de Cassino (Rueda de Casino)

A Roda de Cassino é uma modalidade da Salsa Cubana, também conhecida como casino, onde os casais disposto numa roda executam os passos seguindo o comando de um cantante.

É uma dança alegre e divertida!

Abaixo o video de uma Roda de Cassino com alguns alunos da Academia Heavy Weight:



Participaram desta Roda: Roxa, Ana Paula, Andressa, Pamela, Maykon, Robson, Frank e Diogo (cantante).

Diogo Oliveira