Começou na sexta à noite! Não, antes, durante o dia.
Enquanto fazia o trabalho da pós. Cola um pedaço aqui, emenda ali, complementa
cá... O texto tinha coerência, mas faltava algo... uma identidade! A noite,
durante a aula, a professora cita um sociólogo, que diz que as pessoas estão
performáticas, agem conforme dita a sociedade, não possuem um jeito seu.
Sábado, estava mais atento e espontâneo durante suas aulas.
Para compensar a semana anterior, onde saiu esgotado e concluiu que deveria ter
respirado mais, sentido mais. Um fato chamou a atenção: os alunos dançando mecanicamente
uma rica música. Mas já era a última da aula, não dava mais tempo de trabalhar,
ponto para a próxima aula. A amiga tinha feito a mesma leitura.
A noite, o
monólogo que assistiu, falava de um advogado arrogante. Arrogante não só como
profissional, mas como pessoa. Prepotente e ausente de sentimentos. Ocorre um
suicídio. E abate sobre o personagem, um sentimento de culpa ou perda, não sei
se um ou os dois, mas que o faz refletir sobre sua vida. Percebendo que era uma
vida sem sentido, passou a morrer um pouco a cada dia.
No domingo, o tema da aula, na pós, era Monografia. A
professora, que não era a mesma de sexta, começa falando de alma! Alma? Numa
aula de monografia? Sim! Devemos envolver nossa alma em tudo o que fazemos!
Caramba! Esse tema tá recorrente no fim de semana! Vários nomes, várias formas!
E fecha com Alma!? Faz sentido... Vou até escrever sobre isso!
Na segunda
acorda com a idéia latente de escrever sobre o tema. Num daqueles diálogos
internos, uma voz diz: - porque não escreve em forma de conto? – Mas eu nunca
escrevi um conto! – Tenta!
“Quando a alma está envolvida, o trabalho não é realizado
apenas pelo ego, ele vem de um lugar mais profundo, e por isso não é desprovido
de paixão, espontaneidade e graça”. (Thomas Moore)