quinta-feira, 14 de maio de 2015

Monografia: QUEM DANÇA É MAIS FELIZ - Parte 1

     Em 2009, por sugestão de uma aluna, comecei este Blog com o intuito de falar de Dança de Salão e divulgar meu trabalho como professor, nos últimos dois anos ele ficou praticamente inativo, agora retomo a atividade e começo publicando minha monografia de conclusão da Especialização em Psicoterapia Corporal, onde usei por base a Bioenergética, uma das linhas da Psicologia Corporal, para auxiliar na compreensão das limitações e dificuldades dos alunos e praticantes de Dança de Salão. O conteúdo é muito interessante para estudantes, professores e praticantes da modalidade, espero que seja útil para o desenvolvimento dançante e também pessoal dos leitores! 

     O conteúdo da monografia será publicado aqui no Blog em partes e semanalmente, para que seja mais fácil de acompanhar, para que haja um tempo para assimilar e também para que possa ser comentado e discutido. 

     Boa leitura!!! Aproveitem o espaço de comentários para expor suas experiências, dúvidas e ideias! Abraço!

     Hoje começamos com o Resumo e a Introdução  ;)



QUEM DANÇA É MAIS FELIZ: AUMENTANDO A VITALIDADE POR MEIO DA BIOENERGÉTICA E DA DANÇA DE SALÃO 


Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista em Psicoterapia Corporal no Curso de Pós Graduação em Psicologia Corporal, Instituto Reichiano.

Orientadora: Lana Mayer


RESUMO


O presente trabalho tem como objetivo o estudo da Psicologia Corporal para melhor compreender alunos e praticantes de Dança de Salão em suas limitações e dificuldades. Foi utilizado como base de estudo a Bioenergética, uma das linhas da Psicologia Corporal. Defesas psicológicas e somáticas, criadas para proteger da dor e do estresse, que com o tempo se tornam inconscientes, criam padrões corporais e comportamentais, limitando a capacidade da pessoa à busca da satisfação de suas necessidades e reduzindo sua capacidade de sentir prazer. A quantidade de energia que o indivíduo possui determina como ele vive e enfrenta situações diárias, as defesas psicológicas e somáticas interferem no fluxo e na produção da energia, diminuindo a vitalidade e levando o organismo a funcionar aquém do seu potencial. Aspectos como respiração, mobilidade e auto-expressividade, essenciais para a prática da dança de salão, estão comprometidos pela baixa quantidade de energia disponível e pelo bloqueio do seu fluxo ao longo do corpo. A prática da dança auxilia a atingir melhores resultados nestes aspectos e com isso produzir mais energia, aumentar a vitalidade e aumentar a capacidade de sentir prazer.


1 INTRODUÇÃO

A Dança de Salão na sala de aula me levou a muitos questionamentos sobre o indivíduo e o método de trabalho. Questionamentos estes que foram surgindo pela comparação entre os alunos e principalmente sobre dificuldades tanto minhas enquanto dançarino, quanto dos próprios alunos, em evoluir e melhorar a qualidade da dança ou simplesmente em conseguir sentir prazer com a atividade. Dificuldades que iam desde coordenação e ritmo, passando por posturas e dificuldades de contato, avançando até emoções como ansiedade, insegurança, tensões ou ausência de sentimentos durante a dança.
Aliado a isto, existia uma curiosidade científica que havia surgido antes de lecionar dança de salão, enquanto era apenas praticante. Durante a dança com uma dama, conseguia perceber características da sua personalidade como independência, ansiedade, insegurança, dificuldade de contato, controle, etc. Essas leituras me levaram a querer estudar e a entender porque o comportamento que as pessoas apresentam na sociedade, no trabalho, enfim, em suas relações, se repetem na dança.
As dificuldades encontradas no desenvolvimento do trabalho, somadas a esta curiosidade pessoal e, aliadas à escassez de referências teóricas e bibliográficas sobre a dança, me instigaram a buscar respostas no estudo da Psicologia. Como se tratava de comportamento na dança, não poderia separar corpo e mente, então optei pela Psicologia Corporal.
Durante o período da especialização procurei fazer a ligação das teorias com a prática da dança, fiz observações e experimentações, passei a buscar entender o aluno em sua individualidade, com suas dificuldades e suas defesas e não apenas como um executor de movimentos. Comecei a perceber e a compreender os fatores que limitam a nossa vitalidade e como isso reflete na dança. A partir daí, passei a trabalhar com a premissa de que a dança pode proporcionar mais vitalidade e consequentemente maior prazer ao praticante.
Para desenvolver este estudo de conclusão escolhi seguir a Análise Bioenergética de Alexander Lowen, uma das linhas da Psicologia Corporal. Escolha feita pela identificação com sua teoria e técnicas, que possibilitam trabalhar com o corpo na posição vertical, da mesma forma como trabalhamos a dança de salão.
Procurei adotar uma linguagem simples e de fácil compreensão para que o conteúdo possa ser entendido não apenas por praticantes e estudantes de psicologia, mas principalmente por pessoas ligadas a dança e que queiram aprofundar compreensões e conhecimentos a respeito do tema.

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