terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Dança - por Alcione Lara

por: Alcione Lara (fiapo)

Mexer-se é bom demais! Acompanhado então, maravilhoso. E com música....
Parece óbvio. E, é? Não sei. Sinceramente, tenho a impressão que no Brasil musical, pouco se dança. Saculejar-se - não sei se existe esta palavra -, é da nossa cultura mas dançar, dançamos mal e pouco. Prova disso são as mulatas que em grande numero sambam no pé mas em geral não sabem dançar um samba conduzidas por um cavalheiro.
Dança no meu entendimento, deveria fazer parte do curriculum escolar básico. Assim, desde pequenos dançaríamos e com certeza teríamos em nossa formação um valor agregado maior.
A dança, faz bem à saúde. Pelo mexer-se, fisicamente. Pelo relacionamento social, psiquicamente/emocionalmente.
Especficamente, a dança de salão dá suportes interessantes à educação para o relacionamento e convívio social em geral.
O cavalheiro na aprendizagem da condução, desenvolve a atenção para as damas, desenvolve a gentileza e a capacidade de moderar a sua força e orientá-la no sentido mais eficaz e delicado enquanto que a dama, aprende a valorizar-se e conter-se e esperar o momento mais preciso para participar do movimento cênico de acompanhar o cavalheiro.
Tivéssemos aulas de dança desde pequenos, seríamos mais gentis, sensuais, cortezes e ao mesmo tempo mais efetivos na maneira de ser e fazer, seríamos mais alegres e saudáveis sem dúvida.
Isso é o que penso no geral para todo mundo.

Coreografia de Samba no Espetáculo Sensações da Dance Sempre, 2011.

Pra mim a dança tem me dado muito.
Comecei aos 59 e alguns meses a dançar. Me sacudia pois dançar não sabia.
Tenho conhecido e convivido com pessoas interessantes fazendo novas amizades, ouvindo e conversando e rindo muito. Acho que sou o aluno mais velho na escola e me sinto um piá no meio dos piás e das meninas a maioria de menos de 30 anos.
O mexer-se, tem feito muito bem para minha saúde e a aprendizagem também pois além do desafio físico está presente o mental e emocional.
De início, tinha vergonha e medo do contato com as damas.... coisas da educação de outros tempos. Tive a oportunidade inclusive de superar o desafio de dançar com um homem quando certo dia não havia damas suficientes na aula e hoje posso rir, mas naquele dia tive de superar um desconforto inexplicável pela ignorancia de então. Dancei aprendendo com o professor Diogo, meu primeiro professor de dança.
Pois é, passaram-se mais uns tres meses e o professor Samuel também da Dance Sempre me convidou para fazer parte de uma apresentação num espetáculo da escola Dance Sempre... e lá fui eu, meio atrapalhado e empurrado pela turma e ajudado por todos e acabei fazendo parte do desenvolvimento e apresentação de uma coreografia belíssima criada pelo citado Samuel.
Finalizando, digo que a dança tem feito bem à minha saúde física, mental e emocional e além disso tem me oferecido muitas escolhas de amizade e aprendizado.
Recomendo a dança para todos!
Abraços.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Endo, Meso ou Ecto - Qual o seu tipo?

Os Tipos Constitucionais são organizações somáticas herdadas e determinam o modo como as pessoas experienciam a si mesmas e como o mundo faz sentido para elas.

Segundo Willian Sheldon, pioneiro da tipologia constitucional, cada pessoa nasce com uma disposição constitucional que está ligada às camadas embriológicas, essas camadas são: camada visceral, constituída dos órgãos internos; tecido conjuntivo, constituído de músculos, ossos e coração; e camada superficial, constituída de pele e nervos.

Os Tipos Constitucionais:

Endomórfico - Emoção - Contato
Corpo: em formato de pêra, peito e pelve grandes.
Características: sociáveis, pacientes e bons cuidadores. Presença forte. Viscerais. Respostas lentas.
Relacionamento: gostam de reunir pessoas em torno de si. Possuem compaixão e empatia. Buscam intimidade e prazer sexual, mas podem se tornar invasivos e exigir ser servidos pelos outros.

Mesomórficos - Ação - Movimento
Corpo: quadrado, ossos e músculos fortes.
Características: ativo, aventureiro, amante de atividades físicas. Em busca de um sonho.
Relacionamento: poder e conflito, ganhar, perder ou recuar. Preferem aproximar-se dos outros. Simpáticos e empáticos, muitas vezes lhes faltam suavidade e compaixão.

Ectomórfico - Pensamento - Sensorial
Corpo: membros, pescoço e dedos longos, cabeça pequena.
Características: alertas, atentos, cautelosos, sensíveis, tímidos e furtivos. Coletores de informações.
Relacionamento: independentes, gostam do contato mas sem excessos. O dilema é ter contato e ir embora sem ofender. Mais simpáticos que empáticos.


Cada uma de nós é uma combinação dos três tipos. Sentimos, pensamos e agimos. Cada tipo têm um código que os impulsiona para uma certa direção de vida. Porém, muitos problemas de vida podem ocorrer por causa da inadequação constitucional, como tipos constitucionais dos pais refletindo nos filhos ou papeis determinados pela sociedade.


Os Tipos Constitucionais na Dança de Salão:

Endomórfico: contato é com eles mesmo! Os cavalheiros são os mais atenciosos com os pares, as damas são as que mais se entregam e se deixam conduzir. São mais lentos no movimentos mas os que mais sentem prazer na atividade. Como evitam atividades físicas, gostam do contato, da socialização e da agitação da dança. Se não conseguem encontra prazer em um passo, ritmo, dança ou parceiro, evitam a todo custo.

Mesomórfico: movimento e ação, essa é a praia deles. Aprendem com facilidade e executam com personalidade. Possuem resistência e força física e explosão muscular. Têm foco na execução e desempenho, querem fazer mais e melhor, adoram competir e aparecer. A aula, o par, a dança deve desafiá-los, se não perdem o interesse e se desmotivam. Cavalheiros tem uma tendência à usar a força para conduzir e as damas a executarem os movimentos sem condução.

Ectomórfico: tímidos, a dança é um desafio para eles, primeiro pelo contato, eles gostam de contato, mas não em excesso, abraçam mas não chegam muito perto, e em segundo porque possuem pouco consciência e contato com o seu corpo. Concentram uma atividade intensa na cabeça, quando esta deveria estar no corpo durante a dança. Têm baixa resistência física. Possuem uma percepção aguçado do par, do salão, do ambiente. Assimilam muito bem as técnicas e quando conseguem corporificar a dança são muito criativos.


Qual o seu Tipo Constitucional???


Referências Bibliográficas:
KELEMAN, Stanley. Amor e Vínculos: Uma visão somático-emocional. São Paulo: Summus, 1996.
KELEMAN, Stanley. Mito e Corpo: uma conversa com Joseph Campbell. São Paulo: Summus, 2001.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

5 ANOS ensinando Dança de Salão! Um resumo da minha história.

Neste início de Fevereiro estou completando cinco Anos como Professor de Dança de Salão. O que começou como oportunidade, numa demanda de necessidade e com um medo, foi envolvendo, tomando conta, e já há alguns anos virou profissão, e estou muito satisfeito e feliz com ela!!!

Para quem quiser conhecer vou contar resumidamente minha história com a Dança de Salão.

Começou ainda criança, eu tinha uns 10 anos e naquela época minha família costumava se encontrar bastante para comemorar os aniversários, e duas primas minhas com mais duas primas delas dançavam lambada ao som do Trem da Alegria, eu ficava morrendo de vontade de dançar, mas a vergonha me dominava! Então prometi para mim mesmo que quando eu crescesse aprenderia a dançar.

Em 2000, após ter feito um ano de faculdade e trancado, pensei no que poderia fazer no meu tempo livre, então passando pela rua de casa vi uma faixa divulgando a turma de Dança de Salão em uma academia, aí me veio o start, é isso que eu vou fazer!

No camarim do Baila Floripa, 2003.

Convidei meus primos e fomos, fizemos aula e gostamos, então o professor indicou a escola de dança na qual dava aula, falou que as aulas na academia não desenvolviam muito. Fomos conhecer. O professor era o Carlinhos Moro e a escola a Oito Tempos (na época era da Sandra Ruthes e do Paulinho - antes de virar Jaime Aroxa). Fiz um ano de aula lá com o Carlinhos e a Sandra. Fomos para lá em 5 pessoas, um primo, as duas primas que dançavam lambada e uma tia delas. Eles foram parando gradativamente, ficamos somente minha prima Josi e eu. No ano seguinte fomos fazer aula com a Tatiana Asinelli, que havia sido parceira do Carlinhos. Boa época essa, tínhamos um grupo que saíamos para dançar umas três vezes por semana e ainda nos reuníamos na casa de alguém no fim de semana para praticar. Dessa turma fazia parte meu até hoje grande amigo Elias Ferreira, que citarei a frente.

Uma pessoa desse grupo, a Maria Alice, montou uma escola de dança, a Dançare, ela reuniu no mesmo lugar dando aula o Carlinhos e a Tatiana, foi bem bacana, mas escola não durou muito.

Nesse período estava namorando uma menina que conheci através da dança, e coreografados pelo professor dela, o Nil Ramos, dançamos, vestidos de punk, um soltinho no Baila Floripa de 2003, foi muito show!

No ano seguinte me afastei da dança por dois motivos, o primeiro é que sempre que saia com a namorada para dançar, acabávamos estressados, pois quando os movimentos não aconteciam como gostaríamos um culpava o outro - coisa que acontece com boa parte dos casais, mas que na época não soube lidar - e o segundo motivo é que comecei a fazer faculdade, aí não sobrava muito tempo e nem dinheiro.

Essa faculdade eu terminei! E o namoro também. Sou formado em Tecnologia em Marketing de Varejo pela OPET.

Minha primeira coreografia: Saudades de Jackson, 2006 - Diogo e Marcia.

Mas como a dança é algo viciante, não consegui ficar longe por muito tempo. Meu grande amigo Elias Ferreira havia se casado com a Janaisa, eles se conheceram na Dançare e eu tive a felicidade de ser padrinho do casamento. Ela já era professora de ballet e ele tinha muita vontade de dar aulas de Dança de Salão, então eles montaram uma escola no Capão da Imbuia chamada Primeiros Passos. Eu passei a frequentar, ajudando nas aulas, substituindo-os quando viajavam, fazendo aula de tango - eles dançavam muito bem Tango - Em 2006, tive a oportunidade de montar montar minha primeira coreografia, algo que já desejava a um tempo, um samba de gafieira, Saudades de Jackson, apresentado no espetáculo de fim de ano, A Praça é de Todos. Quem dançou comigo foi a Marcia Toledo, começamos como parceiros e terminamos como namorados.

Como eu tinha facilidade para ensinar, muitas vezes me perguntavam por que eu não dava aula, e eu sempre respondia que a dança era um hobby para mim. Até que em 2007 caiu no meu colo a oportunidade de dar aulas de Dança de Salão, o Elias havia sido convidado para dar aula em duas academias, mas para ele não era interessante deixar sua escola, então ele me indicou. Naquela época eu era proprietário de um Café & Confeitaria. Como todo início de negócio tem suas dificuldades e o dinheiro que entrava lá mesmo ficava, então eu aceitei para ter uma renda extra.

Assim comecei, com medo que a minha paixão depois que virasse obrigação perdesse o encanto! Na Academia Débora de Carvalho fiquei por seis meses e na Academia Vip Fit estou até hoje. A Marcia era minha assistente no início. E o medo era apenas uma ilusão, a paixão ganhou uma nova proporção! O mesmo tesão que tinha dançando, tinha dando aula!

Espetáculo Duas Artes da Flor de Lótus, 2009 - Diogo e Daniele Brongel.

O meu empreendimento eu cansei e vendi em 2007, nove meses depois de ter comprado. Veio um novo trabalho, o desemprego, o trabalho como vendedor de carros, e sempre dando aulas!

Na metade de 2008, durante uma das minhas seções de terapias com florais, minha terapeuta me perguntou por que eu não trabalhava só com dança, já que era algo que eu gostava e alguns meses ganhava mais do que como vendedor! Aquela pergunta foi um choque para mim! O medo inicial voltou! Dar aulas de dança ainda era um trabalho complementar, que se eu não quisesse mais era só parar, mas a partir do momento que virasse minha única fonte de renda não seria fácil voltar atrás, além de que eu já contava com 27 anos de idade, já tava na hora de dar certo em alguma coisa e, a imagem que passam é que não é fácil viver da arte. Mas felizmente tem dado certo! Sabe quando te dizem para trabalhar em algo que gosta, que você faria de graça se não precisasse do dinheiro? Eu sei muito bem o que é! A sensação que eu tenho é 'ainda me pagam para fazer isso'!

No final de 2008, no período da crise que abalou principalmente o mercado automobilístico, as lojas começaram a demitir, pedi para ser incluído nessa lista. E, a partir do 2009, passei e me dedicar integralmente a carreira de Professor de Dança de Salão!

Coregrafia Trio Forrozeiro no Espetáculo Sensações da Dance Sempre, 2010.

No meu currículo tenho:
Academia Vip Fit - 5 anos;
Stark Sports - 4 anos;
Play Academia - 2,5 anos;
Dance Sempre Espaço Cultural - 2 anos.

Além dessas que trabalho atualmente, tive:
Academia Débora de Carvalho - 6 meses;
Academia Heavy Weight - 2,5 anos;
Estúdio Flor de Lótus - 1 ano;
Academia Flex - 1 ano.


Tenho metas, projetos, idéias... Uma das metas é publicar um estudo que estou fazendo sobre Dança de Salão e Psicologia Corporal, minha especialização termina no final do ano, ainda tenho um tempinho. Uma idéia é ter minha própria escola, mas essa não tem urgência. E tem outras coisas, que conforme a oportunidade vocês acompanharão por aqui.


Quero aproveitar para deixar aqui meu agradecimento às pessoas que tiveram participação importante nessa história:
Amigos: Elias Ferreira e Janaisa Maes.
Mestres: Carlinhos Moro, Tatiana Asinelli, Sandra Ruthes, Giuliana Mafio e JuChocolate.
Alunas, amigas, parceiras, assistentes, e algumas também namoradas: Marcia Toledo, Kelly Cristina, Viviane Lazzeris, Laís Alves, Carolina Rocion e Aline Michels.
Pessoas que acreditam no meu trabalho e me dão oportunidade: Alex Colin, Regina Monticelli e André Vicente.
Alunos e amigos: Luis e Rosangela Duarte, Rafael Adão, Daniele Oliveira, Eliane Camargo e muitos outros que deixariam essa lista infinita mas que se não estão próximos corporalmente o estão virtualmente.

Muito obrigado a todos que ajudaram a construir essa história e aos que ainda fazem parte dela!